Laços-de-amor
Sua figura,meiga e bonita,
trazia no olhar profunda
ternura e mansidão.
Mansidão de largo sereno,
de estrelas suavizando noite
de verão.
Do universo de seus gestos,
recolho o da varanda na tarde
de estio.
Ali sentada,tinha um novelo
de linha no colo e uma agulha
de crochê nas mãos.
Num jeito todo seu,minha mãe
puxava o fio,fazendo um ponto
bonito e solto,que chamava
laço-de-amor.
Aquele ponto,que naquele instante
fazia,retratava a linguagem de suas
atitudes,de seu bondoso coração.
Sua vida,trilha de doação
cumpriu-se assim,tecendo
laços-de-amor,
ternura
e mansidão.
Livro: Colheita
Guilherme
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